T02T02E14 - O Reencontro (Bugarski)

Um dia depois da missão em que Valzack matara Gemini, todos acordam, e cumprem uma devida folga. Senhor Válter chega, entrega um envelope à Bugarski e diz
Caralho, ficou sabendo que dirigi um avião? Coisa de louco aquilo hahahahaahahaha. Quando quiser morrer, só me chamar pra dirigir aquilo de novo. Olha só a cara do loirinho ali só do medo de eu dirigir de novo. Toma aí isso aí, mandaram te entregar, sei lá quem é. Toma logo esse envelope. Se for, me fala, o cara que me entregou tá esperando a resposta. Coitado dele, tá lá tomando sol. hahahahahahahahahahaha
Bugarski abre, e vê um convite dentro, que diz:

Spoiler:

Um merecido descanso. Fui exigido mais psicologicamente do que físico nas últimas missões e necessitava de ficar em paz. Resolvi até ficar sem beber por um dia o que me causou transtornos e a alegria de minha Esther. Interessante chegar um convite por intermédio desse maluco do Sr. Valter. Uma pena que o convite seja direcionado apenas a mim. Taste Vin é um excelente restaurante francês, Kaboom iria adorar. Respondo a Sr. Valter:
_Pode confirmar minha presença sua bicha velha
Coloco meu uniforme sem a capa, e me visto elegantemente por cima. Pode parecer estranho, mas depois que viramos celebridades não posso mais dar o luxo de ir aos lugares sem estar preparado. Guardo minha faca ao redor da minha cintura de maneira que não seja possível sua visibilidade

Bugarski aceita o convite, e o senhor Válter vai dar a resposta com o mensageiro, dizendo:
Ele vai sim, pode ir embora, tchau, até mais.
O mensageiro recebe o recado e vai-se embora

Jones se dirige ao senhor Válter, dizendo que vai ao Taste Vin. Ele responde
Tá é parecendo uma bicha, toda arrumada. Onde que é isso?
Jones passa o convite à ele, indicando o endereço. Ele retruca.
Finalmente não vai ao Brothers, hein? Cansou de beber lá? hahahahahaha. Tá, senta aí, só não quero que volte bêbado e sujar o meu carro.
Em 15 minutos eles chegam, e o senhor Válter diz:
Vou ficar aqui, vou estacionar o carro em algum local. Qualquer coisa só me chamar, viado
Jones sorri, e entra. Ele entra, e o garçom pergunta à ele
Tem reserva, monsieur?
Bugarski responde que sim, e o garçom diz:
Ah sim, monsieur Statainhöffen. Mesa 13, por favor. Quem reservou para o senhor já está sentado lá.
Bugarski se senta, e a pessoa desconhecida, que estava lendo o cardápio, diz:
Há quanto tempo não nos vemos, Jones. Estive com o nosso amigo Humberto recentemente. Vim até aqui, para conversar com você. Quero saber mais sobre a sua utopia. Humberto nos ajudou muito, mas, você é o líder da ideia que ele segue. Surpreso comigo, Jones? Ou melhor...Bugarski?
E então se revela ser Phobus, que está com um terno e um chapéu tampando as orelhas largas.
Ele diz
Não se preocupe, não irei atacá-lo. Apenas uma conversa informal entre amigos. Se quiser pedir algo para comer ou beber, fique à vontade. Pode começar a falar, Jones.

Esse Sr. Valter me faz rir demais. Bicha engraçada assim é difícil de ver igual. Entro-me no restaurante e sou encaminhado até a mesa 13, onde me esperam. Quando chego até lá vejo se tratar de Phobus, trajando terno e tampando seus orelhões com um chapéu. Mas continua branco como um vampirinho de filmes e livros infanto-juvenis. Confesso não me surpreender com isso, já esperava por este encontro mesmo. Sento-me e peço:

- Por favor senhor. De inicio gostaria que me trouxesse uma garrafa de seu melhor vinho Toulouse acompanhando torradas e molho branco para abrir o apetite.
Guardo o menu e volto-me para Phobus:
- Meu bom amigo Draven! Vejo que está bem, se recuperou e mostra-se além de saudável um requinte que antigamente não possuía. Não temo que me ataque amigo e fico muito feliz que queira conversar sobre esta idéia mutantista. Não me veja como líder primeiro, esse é o primeiro passo. Sou um orador, um ser capacitado para explicar os mecanismos de nossa utopia. Você sempre soube do que se tratava nossa utopia, você era parte de nosso plantel criador. Talvez tenha se esquecido mas saiba que é a mesma coisa que seu mestre Fim deseja, mas com dois aditivos: não haveria um ditador, no caso seu mestre, e sim uma democracia mutante, onde apenas os mutantes definem os destinos do mundo; e também não planejamos matar os humanos, embora as vezes seja necessário, enxergamos os humanos como ponto vital da nossa conquista. E seria muito bom ter você conosco Draven, afina, como o próprio Fim vê, como eu sempre vi, você é um doa mutantes mais talentosos do planeta, mas é um mutante e não uma arma.

Bugarski chega, e chama o garçom. Ele faz o seu pedido, e o garçom diz:
Está anotado,monsieur. E o senhor Jarvinen, deseja algo?
Phobus diz que não e o garçom chama o sommelier e diz
Na mesa 13, pediram o melhor Toulouse. Eu vou buscar o molho branco e as torradas
O sommelier chega na mesa, entrega o vinho, serve uma taça à Bugarski, e diz:
Esse vinho é da região de Haute-Garonne, no sul da França. Tem um gosto suave, com leve sensação frutada. Fez uma excelente escolha, senhor Statainhöffen. Suas torradas com molho branco já estão chegando. Obrigado
O sommelier se despede, e, enquanto o garçom não volta com a entrada, Phobus responde:
Também fico feliz por ter alguém com quem possa conversar além de Heitor, e a vez que Humberto foi lá, Jones. Mas, voltando ao assunto: Como pode ter tanta certeza de que não será uma ditadura? Meu mestre é experiente, pode auxiliá-los. E se você se corromper pelo poder, Jones?Mataria seus amigos sedento por poder? Heitor acha que sim, acha que o poder irá te corromper. Uma democracia mutante é impossível. É uma utopia.  Humberto viu o passado de Fim. Eu e ele aliás. Ele é muito mais experiente que nós nesse assunto. E humanos, Jones? Eles nos odeiam. Querem nos matar pelas costas. Dão um sorriso aqui, e nas suas costas, te dão uma facada. Eles são desprezíveis. E nós, a salvação superior. Seu pai, quis unir todos. Falhou. Nós somos a salvação Jones. Com um líder como meu mestre, nunca mais nos preocuparemos com esses humanos. E obrigado pelo elogio, eu sei que não sou uma arma. Só que Joana nunca viu isso. Fim mostrou a minha verdadeira identidade. Junte-se a nós, Bugarski. Acho que vou beber um pouco de vinho enquanto fala.
Quando Phobus termina, o garçom chega com as torradas e o molho branco. Ele serve aos dois. E pergunta se alguém deseja mais algo. Draven recusa, e o garçom pergunta à Jones se ele quer.Após isso, Draven pega uma taça, serve-se de vinho, e começa a beber devagar.

O sommelier me atende com um excelente vinho que até Draven se arrisca. As torradinhas e molho chegam e abrem meu apetite. Falo ao sommelier para aguardar um pouco que vou analisar o cardápio primeiro. Volto-me a meu amigo Draven:

- Certezas não são o que nos movem não é mesmo Draven. O que nos move são dúvidas. Acredito que não seria uma ditadura pois não temos uma referência ditatorial como Fim, mas sim articuladores como eu, Kaboom, Hagi, Titan... Claro que seu mestre seria uma grande ajuda, mas infelizmente, você sabe disso, ele iria acabar com nosso idealismo graças a seu poder. Ele não pode ser peça nossa, pelo contrário, seria exatamente a perdição de nosso ideal. Sedento pelo poder eu já sou, não fosse assim estaria viajando aproveitando minha fortuna ao contrário de participar de um instituto de capacitação mutante. Não vejo porque matar amigos, nem porque poderiam se opor a um ideal que os beneficiaria, não concordo com a utilização dessa sua indagação pois ela não faz sentido. Humanos não são tão ruins assim, são na verdade medrosos, que reconhecem nossa superioridade e, no imenso desejo de ainda existir, temem-nos como ameaça, daí a hostilidade. Então exterminá-los não seria a melhor opção. Claro que também não acho que o ideal de meu pai seja possível, mas precisamos dos humanos, somos originários deles e podem nos ser muito úteis. Joana sempre soube de sua capacidade, você também não deu a chance dela mostrar isso. Ela nos adora, mas não sabe demonstrar isso. Não posso me juntar a vocês Draven, não agora. Estamos um passo a frente do ideal de seu mestre e já temos uma nova cartada não baseada no ódio: queremos você e Metálica junto conosco e ,você sabe, posso dar-lhes grandes vantagens!

Bugarski responde ao garçom que vai olhar o cardápio. O garçom diz à ele
Tudo bem. Vou atender outras mesas. Qualquer coisa, só me chamarem.
O garçom sai e novamente Draven e Jones estão a sós. Draven bebe mais um pouco do vinho, e responde à Bugarski:
Vejo que você, assim como Humberto, tem a visão errada de meu mestre. Ele não é um ditador, só é mais poderoso que nós. E é isso que precisamos, alguém forte que nos guie. Joana é muito influenciada, por ser filha dele. Ele não era um pai muito presente, Jones. Isso a afetou, e ela criou essa imagem que vocês insistem em seguir. Não concordo com a sua posição sobre esses humanos desprezíveis, mas irei respeitá-la, em nome da amizade. Mas conte mais sobre isso. Eu e Metálica? Juntos? Conte mais sobre isso.
Após isso, Phobus bebe o restante do vinho na taça, e se serve das torradas e molho branco.

-Por favor! Poderia me trazer este prato de queijo de cabra com ervas, patê de campagne e suflê de camarão gruyêre e champignon? Ah! Acompanha também essa belíssima pedida este prato de bochecha de porco com legumes glaçados por gentileza. Gostaria de alguma coisa sr. Jarvinen?
Devolvo o cardápio e me volto a Phobus:
- Tenho a imagem de seu chefe qual ele nos mostra, ao contrário do que dizem do INACAM. Você e Metálica? Simples! Você é o expert da telecinesia hoje no mundo, alguém capaz de feitos inimagináveis, poderoso e esperto o suficiente para ser um grande líder na nova configuração do mundo. Metálica também, sempre muito dependente de Fim vejo nela a verdade: uma grande mulher, uma das mentes mais brilhantes da ciência, capaz de ajudar a todos nessa nova configuração, uma líder nata. Além de um poder absoluto, mas que não a torna doente a ponto de se julgar a única solução para o mundo. Concordo que precisamos de mutantes fortes Draven, mas de mutantes que se unam numa força inatingível. Não em torno de um único poder absoluto pois esse tipo de unidade individual só traz um caminho: o absolutismo! E não buscamos o absolutismo, pelo contrário, buscamos a unidade social, um mecanismos de várias válvulas e engrenagens que se completem. Essa é a essência de nosso mutantismo, uma vida de colaboração, não a miserabilidade da adoração a UM ser. Isso é judaico/islã/cristão demais pra nós!

Bugarski chama o garçom, e faz o seu pedido. O garçom o atende e diz:
Muito bem, monsieur. Seu pedido será entregue de 30 à 45 minutos. Muito obrigado. Se desejarem mais algo, podem me chamar, ou o sommelier. Irei atender outras mesas. Ah, e obrigado pelo cardápio.
O garçom se afasta, e Phobus coloca mais vinho em sua taça. Ele já está levemente alterado pelo álcool, pois nunca tinha bebido vinho antes. Ele escuta Bugarski e diz
Obrigado pelos elogios novamente Jones. Não sei muito sobre a Dra. Larissa, mesmo sendo companheiros de causa, ela sempre está nos laboratórios, e não me dou muito bem com mulheres. Mas essa utopia sua nunca será concretizada, Jones. Você pode até conseguir um bom número de mutantes para a sua causa, mas você vai se tornar o ditador, Jones! Você irá querer subjugar todos à sua causa.Você diz não querer o absolutismo, mas vai acabar criando um! Como irá conseguir essa causa se existe uma possibilidade de VOCÊ ser o ditador, Jones?
Draven para, enche a sua taça novamente, e torna a dizer, mais exaltado:
Você irá querer usurpar tudo e ser o único líder! Meu mestre vê isso em você, por isso que ele oferece ajuda para você em nossa causa!!! Ele sabe que você fará de tudo para ter mais e mais poder. Deixe-nos ajudá-lo, Jones!
Bugarski nota que, quanto mais Draven bebe e prossegue com a conversa, mais nervoso ele está ficando. E a taça de Draven já está na metade da terceira dose

Vejo que Draven vai ficando nervoso conforme vai bebendo, bem típico de bêbados inexperientes mesmo. São exaltados, não sabem utilizar o álcool como aliado. Me volto ao meu companheiro e digo:

-Acho que já está na hora de pararmos de beber um pouco Draven. Se continuarmos bebendo não aproveitaremos o sabor do pedido que fiz. E vá por mim, você vai se lembrar desta refeição por muito tempo.

Respiro mais fundo e volto a dizer ao companheiro:

-Uma das coisas que aprendi sobre seu mestre é que a vidência não é um de seus dons. Essa afirmação de que serei um ditador acompanhada de um suposto apoio Draven só me faz pensar em algo: como sou o principal articulador dessa idéia me deter antes que ela cresça demais seja melhor. Ou seja, seu mestre considera que somos uma ameaça e me sinto honradíssimo com isto! A sua ajuda sempre será bem-vinda, mas o que me oferecem é me entregar, entregar o sonho de uma vida compartilhada com tantos outros que não conseguem ver a ditadura como você diz.

Phobus retruca Bugarski, dizendo:
Posso até não beber, mas não acho que meu mestre queira eliminá-lo. Meu mestre quer apenas guiá-los. Não precisa recear Bugarski, junte se a nós. Chame os nossos amigos. Humberto pode nos unir. Dê uma chance a Fim

O jantar está demorando e Phobus bate numa tecla que demonstra que sua capacidade de argumentação se perdeu diante dos meus argumentos. O que é necessariamente ótimo pra mim pois noto que há uma chance de realmente trazê-lo para a nossa causa. Mas agora é hora de recuar, ser muito agressivo para isto pode trazer péssimos resultados.

-Não é o momento de definir algo assim Draven. Mas posso dar uma chance de diálogo com seu mestre se me garantir que mesmo com uma recusa ele não fará mal a mim nem aos que me cercam. Seu discurso é belo e me interessa. Mas preciso ouvi-lo do próprio mentor, olhar nos olhos dele para ser convencido, se possível. Se puder me dar estas garantias Draven, irei com o maior prazer escutar o que seu mestre tem a me dizer! Agora vamos nos preparar, o jantar já deve estar chegando!

Quando Phobus vai começar a responder Bugarski, o garçom chega e diz:
Desculpe-me interromper a conversa entre os dois senhores, mas a comida que pediram está aqui
Ele começa a servir aos dois, e Phobus diz
Assim que terminarmos de comermos, eu te respondo.
O garçom termina de servir e diz
Bon Appétit! Espero que gostem da nossa comida. Au revoir.
E Phobus dá mais uma bebericada no vinho, juntamente com Bugarski.

Oui!

Começo a comer o delicioso prato e me limito a falar com Phobus apenas o trivial:

-Fale depois mesmo, aproveite este prato pois é altamente recomendado! Quando vier com heitor combinemos de ir ao Vecchio Sogno! O chef Ivo é excelente meu amigo! Mas levarei Kaboom para evitar problemas hehehe

Bugarski e Phobus comem bem. Phobus reconhece que o prato pedido por Bugarski é muito bom, se não o melhor que já comeu. Eles vão comendo, conversam, riem. Até que o tempo se passa, ambos dividem a conta, Jones dá uma gorjeta generosa ao garçom e Phobus se despede dizendo, levemente bêbado:
Pode deixar que avisarei ao meu mestre. Ele não fez mal a Humberto quando nos visitou, talvez ele fará o mesmo com você Jones. Até a próxima
Jones chama o Sr  Válter, que chega dizendo
Primeira vez que te vejo e não está bêbado? Que milagre é esse? Tinha até apostado com uns motoristas que você ia chegar bêbado. Merda, perdi. Sua bicha, nem pra ficar bêbado hoje.hahahahahahahahaahaha
Após 15 minutos estão de volta ao INACAM, e assim que chegam Bugarski vai direto para o seu quarto.

FIM DA MISSÃO